sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sol do Esquecimento.

Na ilha, alheio a tudo, os dias se estendem como se fossem anos, as lembranças são distorcidas e as horas, às vezes, se confundem com dias inteiros. Aqui é verão durante todo o ano e a estação solar parou o tempo em um quadro morno e agonizante, as folhas não caem e as águas do rio se repetem como em um perpétuo ciclo de lamentações. A respiração é ofegante e sob o ardor do sol até o ar parece dilacerar meus pulmões em sua cólera. A essa altura, a imensidão do céu se confunde com o infinito de minha mente e as ruas vazias são como grilhões capazes de enclausurar até mesmo o mais livre dos espíritos... Vagar sozinho... Nas praias não há beleza em parte alguma, há apenas o esquecimento.

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