terça-feira, 6 de março de 2018



Foi com o pecado

Minha floresta de símbolos havia secado
Como num sonho em uma noite de pecado
Bebi na taça dos amores que rejeitei
Embriagado, eu me prostrei e sorri
Eu sentei e rezei para um Deus mudo
Eu sentei e rezei para um Deus surdo
Quando dei por mim então percebi
Que já tinha colhido todas as flores
Já não sentia mais o sabor da rima
Entre todos os amores e as dores
Eu sentei e rezei para um Deus mudo
Eu sentei e rezei para um Deus surdo
O último cigarro chegou ao fim
Restou a lembrança amarga daquele beijo
E eu que sempre fui tão dono de mim
Agora me via escravo daquele desejo