No momento
em que tudo desabou,
eu soube para
onde tinha que correr.
Era
contigo que sempre pude contar
Eu chorei
desesperadamente,
a gente
nunca entendeu direito o que houve.
Naquele
dia nos encontramos na praia;
Era frio,
chovia, uma desolação só.
Nós não
nos importamos.
Nossas
roupas acabaram molhadas,
eu te
esperei, você se atrasou como sempre.
Como ventava
demais, as gotas caiam grossas.
Você
reclama que não dava para fumar.
Tudo era
choro e na garganta aquele nó.
Você me
disse para ter calma,
Para
tentar desafogar a alma.
Nós não
nos importamos.
“A vida é assim mesmo.
Cada uma
de nossas cicatrizes
ajuda a
desenhar quem nós somos.
Lembra de
1988?”
Caminhamos,
sob a chuva, sem pressa.
As ondas escuras,
angustiadas com a chuva.
Nós não
nos importamos.
Você me
contou que estava de namorado novo.
Eu sorri e
desejei sorte de novo.
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