Por
várias vezes eu me detive em procurar-te, admitia que o ímpeto de falar contigo
e ter sua atenção era maior, todavia, restava em mim um pulso de sanidade que
me impedia de fazê-lo. Eram intermináveis as nossas conversas- como era afável
o teu sorriso. Mas mesmo assim, eu me detive. Detive-me por alguns momentos,
estes sim, faziam questão de parecerem infindáveis, quando não te podia olhar
nos olhos, Carolina. Procurava-te, entretanto quando não te podia encontrar- eu entristecia.
Acordara com um desejo insaciável-
sedento até- de tomar o teu sorriso- Carolina. No entanto, naquele momento ele
me havia sido negado. Mas eu me detive, quando em um não deixar com que você
soubesse que eu precisava das tuas cores, eu precisava- contudo você não
precisava saber. Fazia questão de te procurar sem que você soubesse disso. Por
quantos momentos eu me detivera, tocava o celular, escrevia algo- apagava-
largava-o nos lençóis.
Rodeava meu próprio quarto infinitas
vezes- eram as cem viagens dentro do meu quarto a te procurar- mas você nunca
precisou saber disso. Você nunca precisou estar ali, na verdade. Tomava o
celular nas mãos- novamente- procurava pelo teu nome- pelo teu número;
procurava de uma maneira incerta pelas tuas palavras que não eram sãs. Tentava
retomar aquele momento seu, só seu (ou por que não, nosso? ), no qual você me
pedia atenção, Carolina. No entanto, eu me detive.
Desisto novamente do celular, finjo
não lembrar o número ou nome - não quero mais procurar pronomes oblíquos nas
coisas que você me diz. Minhas mãos adolescentes titubeiam em te buscar ou em não
insistir no fato de que você saiba que eu a quero. De fato, talvez eu quisera
alguém apenas para sentir a resistência
de tentar não querer buscar aqueles olhos.
Nesse momento, eu me detenho. Mas- Carolina- venha, não me detenha.